Apelidos de caminhões: histórias que marcaram as estradas brasileiras
Quem vive na estrada sabe: cada caminhão tem a sua própria história. Por isso, muitos recebem apelidos e se tornam parte da cultura dos caminhoneiros.
Nas estradas, os veículos não são lembrados apenas pelos nomes técnicos, como “Constellation 24.250” ou “Scania 113”. Além disso, eles ganham personalidade por meio de nomes carinhosos, inspirados na cabine, na cor, na grade ou até no som do motor.
Essa tradição nasceu junto com a profissão de caminhoneiro. Desde então, os motoristas desenvolveram uma linguagem própria. Afinal, era muito mais fácil dizer “lá vem um Jacaré” do que “lá vem um Scania 111S”. Com isso, os apelidos se espalharam por postos, oficinas e pontos de parada em todo o Brasil.
Para o mercado de autopeças, entender esses apelidos é fundamental. Isso porque um cliente pode chegar pedindo “peça para o Jacaré” ou “filtro do Sapão”. Nesses casos, saber exatamente a qual modelo ele se refere garante uma venda mais rápida. Além disso, falar essa língua aproxima o vendedor do cliente e transmite autoridade.
A seguir, conheça 7 apelidos clássicos dos caminhões que cruzam o país. Cada nome carrega uma história que marcou gerações de motoristas.
1. Caminhão Bob Esponja: Volkswagen Constellation 24.250

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O apelido mais recente — e também um dos mais divertidos — é o do Volkswagen Constellation 24.250. Lançado em 2009, ficou conhecido como “Bob Esponja” por conta da cabine amarela e do formato que lembra o personagem do desenho animado.
A semelhança não está apenas na cor. Na verdade, a grade frontal lembra um sorriso, e os faróis se assemelham a olhos simpáticos. Assim, o apelido pegou rapidamente entre os caminhoneiros.
Esse Constellation foi desenvolvido em parceria com a MAN e traz motor MWM de 250 cv, ideal para transporte urbano e cargas médias. Além disso, é um caminhão confortável, moderno e muito usado em empresas de logística.
No mercado de autopeças, vale destacar: o “Bob Esponja” compartilha componentes com outros modelos MAN, como filtros, freios e peças de motor — todos com alta procura.
2.Caminhão Jacaré: Scania 111S

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O “Jacaré” é um dos apelidos mais tradicionais entre caminhoneiros. O Scania 111S, fabricado entre 1973 e 1985, recebeu esse nome pela grade frontal longa e baixa, parecida com o focinho do réptil.
Com motor V8 de 320 cv, o 111S foi um dos primeiros caminhões potentes a rodar no Brasil. Sua robustez era ideal para as estradas ruins da época. Os motoristas diziam que ele “mordia a estrada”, principalmente nas subidas.
Mesmo após décadas, o “Jacaré” ainda é lembrado com carinho. Modelos bem conservados viraram itens de coleção. Consequentemente, peças originais se tornaram raras e valiosas.
3. Caminhão Sapão: Ford F-14000

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O Caminhão Ford F-14000 ganhou o apelido de “Sapão” por seu formato baixo e largo, que lembra um sapo agachado. Produzido de 1980 a 1992, era um dos caminhões médios mais populares da época.
A cor verde, comum de fábrica, reforçou o apelido. A cabine larga e os faróis saltados completavam a semelhança com o anfíbio.
Tecnicamente, o motor MWM de 140 cv era econômico e confiável. Portanto, o “Sapão” fez sucesso no transporte urbano e com empresas de mudança.
Até hoje, peças do F-14000 ainda são muito procuradas. Motores, freios e suspensão estão entre os mais vendidos.
4. Caminhão Vanderleia: Mercedes-Benz 1113/1313

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O apelido “Vanderleia” surgiu como uma homenagem à cantora que fez sucesso nos anos 60 e 70. Na mesma época, os caminhões Mercedes 1113 e 1313 dominavam as estradas brasileiras. Com motores entre 130 e 140 cv, esses modelos combinavam durabilidade, desempenho e baixo custo de manutenção, o que os tornava extremamente populares.
Além disso, a cabine retangular e a grade simples tornaram-se marcas registradas desses caminhões, criando uma identidade visual facilmente reconhecida. Graças à sua robustez, muitos desses veículos chegaram a rodar mais de 1 milhão de quilômetros ao longo dos anos.
Atualmente, peças do motor OM-352, componentes da transmissão e da carroceria ainda apresentam boa demanda, especialmente no interior do país, onde esses modelos continuam em atividade ou são restaurados por apaixonados por caminhões clássicos.
5. Caminhão Boca de Bagre: FNM com Cabine Brasinca

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“Boca de Bagre” é um dos apelidos mais curiosos do transporte brasileiro. Ele foi dado aos caminhões FNM com cabine Brasinca, fabricados nos anos 1970. Na época, a grade larga e os faróis remetiam à boca aberta de um bagre, o que acabou inspirando o apelido.
Além do visual marcante, esses caminhões eram reconhecidos pela robustez. Equipados com motor diesel nacional, mostravam excelente adaptação às condições das estradas brasileiras. Somado a isso, a cabine confortável oferecia mais comodidade ao motorista, criando um modelo respeitado por sua durabilidade.
Por isso, mesmo tendo sido produzidos em menor escala, marcaram uma fase importante da indústria automotiva nacional. Atualmente, são verdadeiras relíquias, muito disputadas por colecionadores e entusiastas do transporte clássico.
6. Caminhão Cara Larga: Scania 113

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O Scania 113 ficou conhecido como “Cara Larga” por sua cabine mais ampla. Fabricado entre 1988 e 1997, ele trouxe mais conforto e tecnologia ao setor, marcando uma nova era no transporte rodoviário.
Com isso, seu motor V8 de até 360 cv representou um grande avanço, superando o antigo “Jacaré” tanto em desempenho quanto em conforto. Além disso, a frente larga e a grade imponente reforçaram sua identidade visual, dando origem ao famoso apelido.
Como consequência, o Scania 113 continua sendo um modelo bastante presente nas estradas brasileiras. Por esse motivo, peças como filtros, pastilhas de freio e itens de suspensão seguem com alta demanda no mercado de reposição.
7. Caminhão Torpedo: Mercedes-Benz L-312

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O Mercedes-Benz L-312 foi o primeiro “Torpedo” do Brasil. Lançado em 1956, seu cofre de motor estreito e alongado lembrava um projétil, o que lhe rendeu esse apelido tão marcante.
Além disso, esse modelo foi o primeiro caminhão a diesel produzido no país. Equipado com o motor OM-312 de 100 cv, ele trouxe potência e eficiência para uma época em que as estradas ainda eram, em grande parte, precárias.
Não por acaso, seu visual simples e robusto marcou a história do transporte nacional. Durante décadas, ele simbolizou durabilidade e qualidade mecânica, conquistando a confiança de motoristas e mecânicos por todo o Brasil.
Conclusão
Os apelidos dos caminhões são parte da cultura das estradas brasileiras. Mais do que isso, eles representam muito mais do que simples nomes: refletem experiências, características técnicas e emoções dos motoristas.
Para quem atua na venda de autopeças, entender essa linguagem é essencial. Por exemplo, saber que o “Jacaré” é o Scania 111S ou que o “Bob Esponja” é o Constellation 24.250 pode fazer toda a diferença no atendimento ao cliente.
Além disso, conhecer as especificações de cada modelo contribui significativamente para oferecer o produto certo já no primeiro contato. Consequentemente, o atendimento se torna mais eficiente e a fidelização dos clientes tende a aumentar.
Por fim, como novos modelos continuam surgindo, é fundamental acompanhar os apelidos que vêm junto com eles. Dessa forma, você se conecta com o mercado, demonstra domínio do assunto e fortalece sua autoridade no setor.